Pesquisa da consultoria Falconi apresenta cenário sobre o uso de dados no RH
Com um número cada vez maior de informações e dados, as empresas precisam saber armazená-los corretamente e aproveitá-los de forma eficiente para melhorar os processos e a tomada de decisões. Hoje, o uso de people analytics tem sido uma tendência global nas resoluções sobre funcionários e na melhoria do desempenho organizacional. Uma pesquisa da consultoria brasileira Falconi aponta que a metodologia melhora a tomada de decisões em 86% das empresas que a usam.
O vice-presidente para soluções de Gente da Falconi, Fernando Ladeira, reforça essa capacidade de aprimoramento: “Cada vez mais, as empresas precisam consultar com autonomia os dados sobre colaboradores e, a partir das ferramentas de people analytics, tomar decisões diárias sobre gestão de pessoas. Nesse cenário, o uso de análise de dados consegue tornar essas escolhas bem mais adequadas e rápidas”, explica o executivo.
A pesquisa mostra ainda que outros benefícios são percebidos pelas empresas, como a antecipação de situações futuras para ações preventivas (59%), posicionamento do RH como uma área estratégica (57%) e gestão de pessoas mais objetiva (51%). “A área tem desempenhado um papel cada vez mais estratégico nas empresas. Na mesma medida em que os gestores do setor ganham mais espaço na tomada de decisão, a parcela de complexidade aumenta. A adoção de soluções tecnológicas precisa avançar”, diz Ladeira.
O levantamento apontou ainda em quais subsistemas o RH aplica people analytics. Áreas como avaliação de desempenho (92%), rotatividade (86%) e retenção de funcionários (81%) aparecem na frente no ranking. Por outro lado, algumas áreas ainda podem ser mais exploradas pelas empresas, como a seleção e renovação de contratos com empresas parceiras do RH (59%) e o contencioso trabalhista (60%), termo jurídico que se refere a disputas legais e processos judiciais que surgem entre empregadores e empregados.
Método ainda precisa ser mais valorizado
Segundo o estudo, realizado em parceria com a Think Work, apenas 39% das empresas dizem adotar people analytics e acompanhar indicadores de RH. Além disso, só 3% se consideram totalmente ancoradas por indicadores, revelando que a profundidade das análises é insuficiente: a grande maioria das companhias se limita apenas a observar os dados, sem traçar previsões baseadas nos padrões ou propor ações futuras.
Entre as que ainda não incorporaram o uso de dados, 49% alegam não terem uma cultura orientada à inovação. Outras causas para essa barreira envolvem a falta de profissionais com expertise no uso da tecnologia (37%) e a dificuldade de integrar sistemas (31%).
Para Ladeira, construir essa mentalidade e cultura não é fácil e torna-se um desafio para muitas organizações. “Por mais que o assunto seja falado há anos, a área de gente no Brasil ainda usa poucos indicadores para medir e acompanhar o resultado das práticas. Contudo, os benefícios trazidos são notórios. Conforme as vantagens se popularizem, o uso de dados e tecnologia no RH deve se intensificar cada vez mais”, acredita o executivo.