*Roberta Rosenburg

No atual mundo dos negócios, a dinâmica de investimento corporativo está passando por uma transformação bem significativa. Enquanto antigamente as empresas priorizavam máquinas e processos rígidos, hoje vemos uma mudança de perspectiva acontecendo, a qual nos mostra uma revelação audaciosa: o verdadeiro motor do sucesso empresarial está nas pessoas.

Em uma era onde a inovação é a moeda mais valiosa, a visão estratégica de investir no capital humano tem emergido como o segredo bem guardado de líderes empresariais visionários. Abandonando paradigmas antiquados, empresas estão reconhecendo que o caminho para a excelência não é pavimentado por processos impessoais, mas sim, pela valorização e desenvolvimento de seus colaboradores.

Essa nova dinâmica tem se mostrado como um dos ativos mais valiosos para as organizações, já que é vista muito mais do que uma mera despesa: passa a ser uma visão estratégica que reconhece o potencial ilimitado que as pessoas trazem para o crescimento e a inovação empresarial.

Não à toa, empresas que reconhecem e investem no desenvolvimento de suas equipes têm uma vantagem competitiva significativa. É o que aponta um estudo realizado pela Deloitte, publicado na Harvard Business Review (2022).

Segundo a pesquisa, os negócios que investem em uma cultura de aprendizagem têm 92% de maior probabilidade de desenvolver novos produtos e processos, 52% de maior produtividade e são 17% mais lucrativas do que seus concorrentes. Os dados também apontam que as taxas de engajamento e retenção conseguem ser melhores do que as de seus pares de negócios — aproximadamente de 30 a 50% mais altas.

Em suma, muitas empresas já perceberam que ao alinhar o desenvolvimento humano com a cultura organizacional, desbloqueiam não apenas a motivação, mas também a criatividade e a adaptabilidade, gerando mais rentabilidade.

No entanto, para serem assertivas nesse processo, é preciso uma visão estratégica, que envolve a construção de uma cultura organizacional que estimula o engajamento, a colaboração e a criação de um ambiente onde os colaboradores se sintam valorizados e envolvidos. Parece fácil, mas não é!

Outra pesquisa, realizada em 2022 pela McKinsey já apontava que cerca de um terço da força de trabalho brasileira considerava deixar seus empregos motivada, principalmente, pela falta de oportunidades de desenvolvimento e por uma remuneração inadequada. Dessa forma, esse movimento poderia gerar um impacto negativo de 10 a 15% sobre as receitas das empresas, decorrente de custos de recrutamento, desenvolvimento e perda de produtividade.

Talvez seja por isso que a resistência à mudança e a necessidade de se investir na personalização das estratégias de desenvolvimento ainda são um grande desafio para as organizações principalmente no Brasil, dado apontado em um levantamento da consultoria McKinsey & Company, em que apenas 3% das companhias afirmam que seu sistema de gestão de talentos tem sido eficaz em melhorar o desempenho da sua organização.

Assim faz-se urgente a mudança de mindset. A célebre preocupação de “e se investirmos em pessoas e elas forem embora?” precisa ser agora substituída por uma perspectiva mais ousada: “e se não investirmos e elas ficarem?”

O retorno desse investimento estratégico não se limita às estatísticas. Essa é uma jornada além dos números e relatórios financeiros. Ao focar no desenvolvimento humano, as empresas criam uma cultura de inovação e aprendizado contínuo, resultando em maior produtividade, retenção de talentos e, como consequência, crescimento de receitas.

A estratégia de investir em pessoas não apenas adiciona valor, mas cria uma sinergia que redefine o significado de sucesso empresarial. Hoje, nos bastidores de empresas bem-sucedidas, não há engrenagem mais vital do que o capital humano.

Ele não é mais apenas um ativo, mas o catalisador que impulsiona organizações para novos patamares de realização e excelência. O que começou como uma mudança de paradigma agora se revela como uma nova norma, uma norma que impulsiona a inovação, fortalece culturas organizacionais e reescreve o futuro do trabalho.

E este é o caminho estratégico que as empresas visionárias trilham para conquistar o futuro.

*Roberta Rosenburg possui mais de 25 anos de experiência no treinamento e desenvolvimento de pessoas. Tendo como foco a capacitação de lideranças, em sua trajetória profissional Roberta já desenvolveu e entregou projetos para mais de 100 empresas, tais como GSK, ExxonMobil, Unilever, Mercado Livre, Ball Corporation, Salesforce, Danone, Schlumberger, entre outras. Além disso, a CEO e cofundadora da F.Lead já impactou mais de 5 mil profissionais e já foi eleita uma das três melhores facilitadoras globais, entre mais de 350 profissionais da América Latina por uma consultoria sueca.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.