Com programa estruturado, equipe treinada e ações contínuas, Instituição se consolida como referência no cuidado emocional de colaboradores
Com a entrada em vigor da atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), em 25 de maio de 2025, todas as empresas brasileiras serão obrigadas a identificar, documentar e gerenciar os riscos psicossociais no ambiente de trabalho.
A Norma, que integra o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), amplia o foco da segurança do trabalho no país. Além dos riscos físicos, químicos e biológicos, passa a incluir também fatores psicossociais no ambiente de trabalho.
Mas a Rede Santa Catarina já saiu na frente: desde outubro de 2024, vem implementando um robusto pacote de ações voltadas à promoção da saúde mental de seus colaboradores, tornando-se uma referência no setor.
Acolhimento estruturado e formação certificada
Uma das iniciativas da Rede Santa Catarina foi a formação de 40 colaboradores com certificação internacional em Primeiros Socorros em Saúde Mental. Médicos, enfermeiros, profissionais de gestão de pessoas e de diferentes áreas foram capacitados para atuar como Agentes de Suporte ao Acolhimento (ASA) — profissionais preparados para reconhecer sinais de sofrimento emocional, oferecer um acolhimento treinado e orientar os colegas para os canais adequados de apoio.
Segundo Elaine Regina Ferreira, diretora executiva de Gestão de Pessoas e ESG da Rede Santa Catarina, “a saúde mental sempre foi uma prioridade para o hospital, e a atualização da NR-1 apenas reforça o caminho que já estávamos trilhando. Ao nos anteciparmos às exigências da Norma, conseguimos estruturar um cuidado verdadeiro e próximo dos nossos colaboradores, que agora contam com profissionais preparados para oferecer acolhimento e direcionamento adequado desde o primeiro sinal de sofrimento”.
Tecnologia, acesso e cuidado contínuo
Além do programa ASA, a Rede Santa Catarina também estruturou uma série de iniciativas complementares voltadas ao cuidado com a saúde mental dos seus colaboradores. Entre as ações estão:
• Programa de Apoio e Assistência ao Colaborador (PAAC), que oferece suporte individualizado a quem enfrenta dificuldades emocionais;
• Acesso a uma rede credenciada de psicologia, psiquiatria e internação via plano de saúde;
• Ferramentas especiais para o bem-estar emocional que ampliam o acesso ao cuidado de forma prática e segura;
• Oferta de Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) para colaboradores identificados com necessidade em exames periódicos ou orientados pela equipe de saúde ocupacional;
• Telemedicina com especialistas em psiquiatria, permitindo atendimento ágil e resolutivo;
• Programa Ser: workshop direcionado aos líderes, com o objetivo de ampliar a compreensão sobre os principais desafios de saúde mental e possíveis estratégias de prevenção e intervenção no ambiente de trabalho, cultivando relações saudáveis e o bem-estar coletivo. Trabalhando, assim, no time de líderes, o letramento dos fatores psicossociais que levam ao adoecimento;
• Mapeamento do Risco Psicossocial: com 100% das áreas mapeadas este ano;
• Mapeamento em Saúde Mental: permite estratificar e priorizar as ações coletivas, como atuar na coordenação do cuidado do colaborador.
Mais do que apenas cumprir uma norma, a Rede Santa Catarina vem promovendo um movimento institucional para consolidar uma cultura organizacional mais humana, na qual o cuidado com a saúde emocional ocupa posição central. A área de Gestão de Pessoas tem revisado políticas internas e adaptado processos para incluir, de forma estruturada, ações de prevenção e enfrentamento dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho. “Nosso objetivo é ir além do cumprimento das normas, até porque, este cuidado já está no nosso DNA e iniciamos bem antes da exigência legal. Queremos criar um ambiente seguro, acolhedor e saudável — onde cada colaborador se sinta visto, respeitado e apoiado, tornando-os melhores para o trabalho, no exercício de suas atividades. Esse tem sido nosso foco e a nossa diretriz em tudo que fazemos.”, conclui Elaine.
Robô de inteligência artificial faz análise automática de riscos psicossociais nas empresas
Para atender à demanda para implementação da NR-1 com agilidade, precisão técnica e menor custo operacional, a fiter, HR Tech especializada em saúde mental e neurociência aplicada à gestão de pessoas, apresenta sua inovação: um agente de inteligência artificial que automatiza todo o processo de mapeamento e análise dos riscos psicossociais exigidos por lei. “É um trabalho que tradicionalmente seria feito com planilhas e uma matriz de risco complexa, 5 por 5, envolvendo muita análise técnica. Nosso robô faz tudo isso”, explica Sérgio Amad, CEO da fiter. “A IA classifica automaticamente todos os cargos da empresa, por exemplo, 200 cargos numa rede com mil colaboradores, define os níveis de risco, analisa as causas, oferece recomendações técnicas e ainda propõe um plano de ação com sugestões de treinamento e prevenção.”
O robô da fiter facilita essa transição e garante que empresas de todos os tamanhos, inclusive aquelas com alta rotatividade e grande variedade de funções, estejam em conformidade com a nova norma.
Um dos clientes que já percebe os impactos positivos da tecnologia é o Grupo DCDN, que há dois anos utiliza a solução da fiter em seu programa de cuidado com os colaboradores. “Foi uma mudança cultural bastante importante. A gente começou a medir felicidade aqui dentro, e no começo os colaboradores não entendiam muito bem. Mas com o tempo foram incorporando os benefícios. Hoje, fazemos a medição a cada dois meses e integramos isso ao nosso programa de saúde, que já conta com linhas de cuidado para hipertensão, diabetes, obesidade, gravidez e saúde mental”, relata José Luiz Miranda Junior, executivo do grupo.
Segundo ele, a presença da fiter possibilitou um olhar mais amplo sobre o bem-estar emocional da equipe. “Tenho conseguido resgatar muitas pessoas quando o pulso de felicidade cai. Às vezes, o problema é pessoal, mas se reflete aqui. E o RH consegue intervir, escutar e apoiar. A gente passou a cuidar da saúde física e, com a fiter, também da mental”, completa Miranda.
Na opinião de Sergio Amad, “estamos diante de uma mudança significativa na forma como se enxerga o trabalho: não basta cuidar apenas dos riscos físicos e químicos, é preciso olhar para o impacto emocional das funções. O nosso robô coloca a inteligência artificial a serviço da conformidade legal e, acima de tudo, da saúde emocional das pessoas”.
Burnout em pauta
O jornalista Jorge Pontual, da TV Globo, interrompeu recentemente uma entrada ao vivo após apresentar sinais de confusão e desorientação. O caso reacendeu nas redes uma discussão urgente: o que acontece quando o corpo trava, mas o trabalho não para? Anos antes, em 2018, a também jornalista Izabella Camargo teve um apagão ao vivo enquanto apresentava a previsão do tempo. Diagnosticada com Síndrome de Burnout, foi afastada do trabalho, e depois demitida. Hoje, é uma voz ativa por ambientes laborais mais humanos.
Esses episódios, embora públicos, são reflexo de uma realidade silenciosa: segundo a ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), 72% dos brasileiros ativos profissionalmente já sofreram com algum sintoma de estresse relacionado ao trabalho.
Em um ano histórico para os avanços da legislação trabalhista e em um tempo em que saúde mental tem sido discutida com mais profundidade, o mercado também se movimenta. À medida que as empresas são chamadas a criar ambientes emocionalmente mais seguros, surgem alternativas concretas, de tratamentos a estratégias de cuidado, que ajudam a aliviar sintomas de sofrimento, fortalecer relações interpessoais e reestruturar, aos poucos, a vida pessoal e profissional de quem passou do limite.
Neuromodulação personalizada para sintomas persistentes de esgotamento
Em um cenário onde medicamentos e psicoterapia nem sempre são suficientes para restaurar o equilíbrio emocional, a neuromodulação não-invasiva, reconhecida pela Anvisa há 17 anos, surge como uma alternativa promissora, especialmente para quem convive com sintomas persistentes de esgotamento, como fadiga extrema, lapsos de memória e perda de motivação.
A técnica, que utiliza campos magnéticos ou pulsos elétricos para estimular áreas específicas do cérebro, é reconhecida pela Anvisa e tem ganhado destaque graças aos avanços tecnológicos liderados por empresas como a BrightBrains, healthtech brasileira pioneira no uso de inteligência artificial para personalizar os protocolos de tratamento conforme o histórico e os objetivos de cada paciente.
Dr. Ricardo Galhardoni, cientista e cofundador da BrightBrains e um dos maiores especialistas em neuromodulação da América Latina, explica que o método promove um reequilíbrio da atividade neural, contribuindo tanto para a redução de sintomas emocionais quanto para a melhora da performance cognitiva. “Muitos executivos têm buscado a neuromodulação não só como recurso terapêutico, mas como ferramenta preventiva, capaz de sustentar clareza mental, foco e tomada de decisão em ambientes de alta pressão”, afirma o médico.
O especialista explica que tratar o burnout não significa o fim de uma trajetória profissional mas, sim, a possibilidade de reconstruí-la com mais consciência, saúde e inteligência emocional.
Ferramentas digitais para reorganizar corpo e rotina
O caminho para recomeçar, para muita gente, começa pela reorganização da rotina e o reencontro com o próprio corpo. Diversas plataformas e aplicativos têm surgido para facilitar esse processo, oferecendo desde sessões de psicoterapia online até meditações guiadas, técnicas de respiração, organização de agenda e acompanhamento de hábitos saudáveis.
Ferramentas como Zenklub, Vittude, Psicologia Viva e a plataforma pública Viver Melhor (SUS) democratizam o acesso ao cuidado emocional, enquanto apps de bem-estar físico e mental — com yoga, mindfulness, sono guiado e trilhas de foco — ajudam a reequilibrar o sistema nervoso e criar pausas reais no dia a dia.
Essas soluções, muitas vezes integradas aos pacotes de benefícios corporativos, oferecem suporte contínuo ao colaborador e ampliam o repertório de enfrentamento ao estresse. Não se trata apenas de aliviar os sintomas: trata-se de devolver às pessoas o controle sobre o próprio tempo, sobre seus limites e sobre como querem viver e trabalhar.
Aura Rebelo, CEO da Fully Ecosystem, plataforma de bem-estar que oferece soluções integradas de saúde física, mental e financeira, destaca que, ao incorporarem tecnologias e aplicativos no dia a dia, empresas fortalecem seus vínculos com clientes e colaboradores, além de potencializarem a jornada de bem-estar de cada indivíduo. Essa virada de chave abre espaço para oportunidades de cross-sell, upsell e redução de churn. “Além disso, as empresas podem ser o ponto de partida para que os usuários atinjam seus objetivos e transformem pequenas ações cotidianas em hábitos consistentes e duradouros”, afirma.
Cultura corporativa: quando a empresa se compromete com o cuidado
Se o burnout é um sintoma do ambiente, a solução precisa partir dele também. Mais do que oferecer benefícios pontuais, empresas comprometidas com a saúde emocional têm revisto suas estruturas para implementar uma cultura de cuidado contínua, e os resultados vão muito além da redução de afastamentos.
Isso significa investir em educação emocional como política interna: promover formações em escuta ativa, rodas de conversa com especialistas, capacitação de lideranças empáticas e repertórios para autorregulação emocional. Também passa pela criação de canais seguros de escuta, nos quais colaboradores sintam-se à vontade para pedir ajuda sem medo de retaliações.
Além disso, empresas mais conscientes têm repensado metas, carga horária e processos, estimulando ambientes com mais flexibilidade, reconhecimento legítimo e menos pressão desmedida. Como bem pontua o novo marco regulatório da NR-1, a prevenção ao esgotamento não é um bônus, mas uma obrigação legal. A responsabilidade do cuidado, portanto, precisa deixar de ser individualizada e passar a ser, de fato, institucional.
Nesse contexto, ferramentas de governança e compliance ganham ainda mais relevância ao estruturarem processos que sustentam ambientes emocionalmente saudáveis. Para apoiar as empresas nesse movimento, a Aliant, referência em soluções para Governança, Compliance, Ética, Privacidade e ESG, e a Protiviti, consultoria global especializada em gestão de riscos, ESG, cibersegurança, privacidade, auditoria interna e investigação empresarial, uniram forças para elaborar um eBook completo sobre a nova NR-01. O material detalha as principais mudanças da norma e oferece orientações práticas para uma adequação eficiente e segura. “Os Canais de Denúncias desempenham um papel fundamental na prevenção e na identificação de irregularidades trabalhistas, incluindo assédio e violação das normas de segurança e saúde ocupacional. Empresas que implementam, gerem e comunicam esses canais de forma eficaz, conseguem mitigar riscos e criar um ambiente de trabalho mais seguro e transparente. Neste sentido, além de atender à NR-01, essas ações também atendem à Lei 14.457/22 — que trata da importância do canal e de treinamentos para combate e respostas a denúncias de assédio”, afirma Yaniv Chor, Diretor de Serviços Gerenciados da Aliant.
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