Rumo a um futuro de trabalho flexível e estratégico
O mercado de trabalho brasileiro passa por mudanças aceleradas. Enquanto algumas empresas consolidam o trabalho remoto, outras retornam ao escritório ou adotam modelos híbridos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022 havia cerca de 7,4 milhões de pessoas em regime de teletrabalho (7,7% da população ocupada), embora outras fontes elevem esse percentual a 9,8% ao incluir formatos híbridos.
Essa tendência busca melhorar a qualidade de vida e reduzir o tempo de deslocamento. No entanto, apesar de fomentar a colaboração, o retorno ao ambiente presencial traz custos adicionais como aluguel, transporte e infraestrutura. Para muitos líderes, a questão fundamental é como equilibrar as vantagens do home office com as demandas do trabalho presencial.
Tradicionalmente, Recursos Humanos (RH) estava focado em recrutamento e administração de pessoal. Hoje, essas áreas precisam alinhar suas decisões a métricas de rentabilidade e produtividade, enfrentando a complexidade de medir o desempenho em ambientes mistos. Diante disso, muitas organizações recorrem a soluções de análise e produtividade que oferecem uma visão objetiva sobre como o tempo é utilizado, seja no escritório ou em casa.
Uma plataforma de destaque no Brasil é a Teramind, que disponibiliza dados concretos para embasar decisões e mapear pontos críticos nos fluxos de trabalho. Além disso, sua tecnologia ajuda a avaliar a satisfação da equipe, fator essencial para equilibrar flexibilidade, eficiência e custos.
Outro assunto-chave é a expansão da Inteligência Artificial (IA), em particular de modelos como ChatGPT ou Perplexity. Embora essas ferramentas proporcionem rapidez e economia de tempo, levantam preocupações quanto à exposição de informações confidenciais e à qualidade dos resultados. Para muitas empresas, monitorar a interação com a IA é fundamental para prevenir vazamentos de dados, proteger a propriedade intelectual e garantir um padrão de verificação.
De acordo com João Marinho, porta-voz da Teramind no Brasil, “voltar ao trabalho presencial aumenta os custos de infraestrutura e transporte; no entanto, ter dados objetivos permite comparar a produtividade em cada modalidade e tomar decisões mais acertadas”. Ele acrescenta que a tecnologia atua como uma ponte entre a necessidade de reduzir custos e a de manter um bom desempenho, pois as empresas podem mensurar os benefícios reais do teletrabalho e determinar se o modelo presencial justifica o investimento. “Em alguns casos, o formato híbrido se mostra mais eficiente, desde que haja um acompanhamento estruturado”, conclui.
Uma pesquisa da Statista (2022) indica que o principal desafio para o RH em relação ao trabalho híbrido é manter altos níveis de produtividade e coesão. Para superar esse obstáculo, especialistas recomendam combinar tecnologia de mensuração, planos de desenvolvimento e uma cultura de colaboração que reforce a confiança interna. Isso se torna ainda mais relevante em um país tão diverso geograficamente quanto o Brasil, onde grandes corporações podem investir em soluções avançadas, enquanto empresas menores precisam de ferramentas acessíveis. Em ambos os cenários, ter métricas claras é fundamental.
A evolução do RH no Brasil exige conciliar custos, cultura organizacional e bem-estar dos funcionários. Além disso, a adoção de metodologias baseadas em dados e o uso responsável da IA serão fatores determinantes nesse processo. Com a tecnologia de monitoramento, os gestores de talentos podem ir além da função administrativa e assumir um papel estratégico, impulsionando não apenas a rentabilidade, mas também o engajamento das equipes.
Em síntese, produtividade e retenção de talentos se consolidam como pilares em um cenário no qual a tecnologia redefine as regras do jogo. Como destaca Marinho, medir o desempenho de forma abrangente permite embasar decisões e cultivar uma cultura de alto rendimento sem perder de vista o fator humano. Assim, o futuro do trabalho no Brasil tende a ser mais flexível e dinâmico, capaz de unir os interesses empresariais à satisfação dos profissionais, atribuindo ao RH uma função central na geração de valor e na consolidação do sucesso organizacional.