Enquanto outras áreas ainda engatinham, o RH desponta com adesão de 71%, superando a média geral de 51% no mercado

A inteligência artificial (IA) não é mais uma opção para o RH: tornou-se uma necessidade. Com 71% dos profissionais do setor utilizando IA em suas atividades, o RH se destaca como líder na transformação digital, deixando outras áreas para trás — a média geral de adoção da tecnologia é de apenas 51%.

Essa é a principal revelação de um estudo exclusivo do Pandapé, software de RH líder na América Latina, em parceria com a Adecco, consultoria líder global do mesmo segmento. A pesquisa feita com profissionais de recursos humanos mostra como a tecnologia está remodelando o setor, tornando processos mais ágeis, estratégicos e inovadores. “A inteligência artificial já é uma ferramenta indispensável no RH. Ela está presente em áreas como Recrutamento e Seleção (37%), Análise de Dados (27%), Treinamento e Desenvolvimento (27%) e até Atendimento ao Cliente (17%). Com 71% dos profissionais de RH utilizando IA todos os dias, vemos que o setor não está apenas acompanhando as mudanças — ele está liderando a transformação”, destaca Ana Paula Prado, CEO do Infojobs e porta-voz do Pandapé.

Além de facilitar a rotina operacional, o uso de IA no RH traz um impacto estratégico significativo. Ferramentas inteligentes ajudam a identificar vieses em processos seletivos, personalizar treinamentos e oferecer análises de dados mais precisas, reforçando o papel do RH como motor de transformação cultural dentro das empresas.
Enquanto outros setores ainda enfrentam resistência ou falta de estrutura para adoção de novas tecnologias, o RH consolida sua posição de destaque. Isso não apenas eleva a eficiência dos processos, mas também projeta um futuro onde decisões mais assertivas e estratégicas serão uma constante.

Insights referentes aos profissionais de RH que utilizam IA no trabalho

A pesquisa revelou que, para 73% dos profissionais, a IA ainda não substitui decisões humanas importantes, indicando que as escolhas continuam sendo feitas por pessoas. No entanto, 23% reconheceram que a IA já tem influenciado decisões significativas, sendo vista de forma positiva, enquanto 3% consideraram essa influência um erro. “Os resultados mostram que a IA está trazendo melhorias significativas nos processos e práticas de RH. Com 55% dos profissionais observando grandes avanços e 44% vendo melhorias pontuais, a tecnologia tem se consolidado como uma ferramenta que otimiza a eficiência sem prejudicar a qualidade.]

Além disso, também é vista de forma positiva pelas pessoas candidatas, pois torna a experiência mais fluida e oferece informações sobre o processo seletivo, sem a necessidade de feedback humano imediato. Embora a automação no recrutamento tenha gerado diferentes percepções, com 37% dos profissionais percebendo uma diminuição na humanidade do processo e 18% vendo um aumento, 25% não notaram mudanças. Esses números refletem a necessidade de equilibrar a automação com a empatia em um setor tão focado nas pessoas”, analisa Ana Paula Prado, CEO do Infojobs.

A dependência da tecnologia é a principal preocupação de 30% dos profissionais de RH, mesmo sem terem testemunhado casos concretos de impactos negativos. Já 8% afirmaram que já perceberam situações de discriminação associadas à IA, enquanto 33% acreditam que a tecnologia pode ajudar a evitar preconceitos.

Para que o uso da IA seja eficaz, o treinamento adequado se mostra fundamental. Porém, a pesquisa revela que, embora 63% das empresas incentivem o uso de IA, apenas 50% oferecem treinamentos aos colaboradores, com 22% promovendo capacitação completa, 28% fazendo treinamentos básicos, e metade das empresas não investindo em capacitação.

A IA no setor de RH é utilizada para otimizar o trabalho e reduzir a sobrecarga, permitindo que os profissionais foquem mais nas pessoas. A pesquisa mostra que 46% dos entrevistados afirmaram estar tranquilos quanto ao impacto da IA em suas funções, destacando que a tecnologia não ameaça seus empregos, mas os ajuda a tornar o processo mais eficiente.

Em relação ao futuro, 55% dos profissionais veem a IA como um aliado indispensável para a produtividade, e 39% recomendam cautela em sua implementação. Apenas 5% enxergam a IA como uma ameaça à criatividade e ao emprego. “Esses dados mostram que, apesar dos desafios, há uma crescente confiança na IA como uma ferramenta estratégica para o futuro do trabalho. A adoção da IA no RH não é apenas uma questão de acompanhar uma tendência, mas uma decisão estratégica para garantir maior eficiência, agilidade nos processos e, consequentemente, gerar lucro para as companhias”, finaliza Ana Paula.

Insights referentes aos profissionais de RH que não utilizam IA no trabalho

A pesquisa também revelou dados interessantes sobre os profissionais de RH que ainda não utilizam a IA em suas práticas. A principal barreira para a adoção de IA, apontada por 51% dos entrevistados, é a falta de conhecimento, seguida pela falta de orçamento (31%) e preocupações com segurança e privacidade (18%). Apesar disso, 79% dos profissionais acreditam que a implementação da tecnologia poderia beneficiar os processos de suas empresas.
A maior dificuldade identificada para a adoção de IA é a necessidade de treinamento, com 50% dos entrevistados destacando essa questão. Além disso, 38% mencionaram a dificuldade de integração com sistemas existentes, e 12% citaram a resistência dos colaboradores como uma barreira.

Embora 42% desses profissionais acreditem que a IA pode ajudar a evitar preconceitos, 23% ainda têm receios sobre o impacto ético da tecnologia, mesmo sem casos concretos. 10% já presenciaram situações de preconceito atribuídas à IA, e 25% preferiram não se posicionar, o que revela as incertezas em torno dessa questão.

Pensando no futuro, 21% dos profissionais já têm planos de implementar IA nas empresas, enquanto 42% aguardam as circunstâncias futuras. Já 38% não têm planos para adotar a tecnologia. No que diz respeito à participação em discussões sobre IA, 8% dos profissionais estão frequentemente envolvidos, 23% participam de vez em quando, e uma expressiva maioria, 69%, nunca foi chamada para essas conversas.

Sobre as áreas que os profissionais de RH acreditam que poderiam se beneficiar da utilização de IA, 40% apontaram Treinamento e Desenvolvimento, 32% mencionaram Recrutamento e Seleção, e 28% citaram Gestão de Talentos. Em relação à preparação individual, 44% dos profissionais se sentem prontos para trabalhar com IA, 48% acreditam que ainda precisam de mais treinamento, e apenas 8% admitem não estar preparados para a transformação.

Quanto ao papel da IA no futuro do trabalho, 58% acreditam que ela será essencial para a produtividade, enquanto 33% acham que deve ser adotada com cautela. Apenas 10% veem a IA como uma ameaça ao emprego ou à criatividade, e nenhum profissional considera a tecnologia uma tendência passageira. “Os resultados mostram que a IA tem se tornado uma ferramenta cada vez mais essencial dentro das empresas, sendo uma boa aliada no futuro do trabalho. Entretanto, o grande segredo para o sucesso nesse uso é a combinação entre o fator humano e o tecnológico. Este é o caminho mais adequado, uma vez que o uso dessa ferramenta pode apoiar em ganho de produtividade com a automatização de processos, enquanto a humanização por trás do recrutamento e seleção é fundamental para proporcionar uma boa experiência para as pessoas candidatas. Sendo assim, é papel das empresas oferecer treinamentos aos times para fomentar discussões, trocas e boas práticas do uso de IA a fim de garantir que, para além dos aspectos técnicos, possam compreender mais sobre ética, segurança e impactos nas atividades corporativas, para um bom equilíbrio entre esses fatores”, conclui Bianca Machado, diretora de Talent Solutions na Adecco.

Alta aceitação entre os profissionais de RH

Outra pesquisa encomendada pela Caju, empresa de tecnologia especializada em multissoluções para gestão de RH, em parceria com as startups Comp e Pipo Saúde, reunindo 196 profissionais de RH de diferentes setores e regiões do Brasil, buscou compreender as principais preocupações e tendências do setor, com destaque para temas como bem-estar, tecnologia, diversidade e modelos de trabalho.

A pesquisa faz parte da terceira edição do Goles de Inspiração, report anual desenvolvido pela Cajuína, frente de inteligência e conteúdo da Caju.

De acordo com os dados, o uso de Inteligência Artificial (IA) no setor de RH apresenta alta aceitação: 67,4% dos profissionais apoiam totalmente a tecnologia e nenhum participante declarou desaprovação. Atualmente, 47,8% das empresas já utilizam IA em seus processos de RH, enquanto 50% ainda não adotaram a ferramenta, indicando um amplo potencial de crescimento.

O bem-estar dos colaboradores segue como a maior preocupação para 73% dos respondentes, refletindo a necessidade de ambientes de trabalho saudáveis e acolhedores que estimulem o engajamento e a performance organizacional. O uso de tecnologia e dados aparece como o segundo tema mais relevante, mencionado por 50,6% dos participantes. “Os dados mostram que o RH está em um momento de transformação profunda. A tecnologia precisa ser usada para liberar tempo e energia para o que realmente importa: as pessoas. Integrar bem-estar, inclusão e inovação é o caminho para criar ambientes de trabalho mais equilibrados e alinhados com as expectativas dos colaboradores e das empresas”, explica Lucas Fernandes, CHRO da Caju.

Outro destaque do estudo está nos modelos de trabalho. A pesquisa revelou que o formato híbrido, com até duas presenças semanais no escritório, é o preferido por 49,4% dos profissionais de RH. O modelo remoto contínuo teve adesão de 11,8%, enquanto o formato presencial integral foi escolhido por apenas 5,1% dos respondentes. “Por mais que os RHs apoiem o uso da IA, acredito que muitos ainda estão enxergando como uma ferramenta para otimizar assuntos operacionais. Mas ela vai muito além e pode nos apoiar em temas estratégicos, principalmente em relação ao cruzamento de dados, nos munindo de insumos e insights. Acredito que dessa forma ela nos libera tempo para promover mudanças e colocar energia no que realmente precisa do olhar crítico humano”, comenta Marcela Ziliotto, diretora de Pessoas da Pipo Saúde.

Filipe Ducas, cofundador e executivo sênior de Remuneração da Comp, afirma que “tecnologia não deve ser vista como uma ameaça aos modelos tradicionais, mas como uma aliada indispensável. Ferramentas digitais têm o potencial de personalizar a experiência dos colaboradores, conectando dados e insights para criar um ambiente de trabalho mais ágil, colaborativo e estratégico”.

Base completa da pesquisa

  • Número de participantes: 196 profissionais de RH.
  • Regiões: Sudeste (72,4%), Sul (16,9%), Nordeste (8,1%), Norte (1%), Centro-Oeste (1,5%).
  • Setores empresariais: Tecnologia e Telecomunicações (35,8%), Indústria (9,3%), Financeiro (7,7%), Comunicação (5,7%), Varejo (5,1%), Educação (5,1%), Transporte e Logística (4,6%), Agronegócio (4,1%), Serviços (4,1%) e outros (18,5%).
  • Faixa etária: 35 a 44 anos (46,9%) foi a mais representativa, seguida por 25 a 34 anos (31,1%).
  • Gênero: Mulheres cisgênero (69,4%), homens cisgênero (28,6%), mulheres transgênero (0,5%), preferem não dizer (1,5%).
  • Identidade racial: Brancos (72,4%), pardos (18,4%), negros (7,7%), indígenas (0,5%) e amarelos (1%).
  • Orientação sexual: Heterossexuais (84,7%), homossexuais (7,7%), bissexuais (6,6%), preferem não dizer (1%).

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