Diretor da Embraps, empresa especializada em facilities, afirma que investir em treinamentos internos, entre diversos benefícios, diminui a rotatividade na empresa
Renato Augusto Nunes começou a trabalhar como porteiro na mesma empresa em que seu pai trabalhava em 2002. Hoje, mais de 20 anos depois, ele é coordenador de operações da empresa, graças a treinamentos anuais, que trazem aos colaboradores atualizações envolvendo suas atividades e que colaboraram para seu desenvolvimento.
Mas Renato Augusto não está sozinho neste benefício. De acordo com a 18º edição da pesquisa Panorama do Treinamento no Brasil 2023/2024, realizada pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), 94% das empresas têm o orçamento anual de treinamento definido.
O levantamento ainda mostrou que 84% das empresas têm uma estrutura de recrutamento interno; 92% possuem Onboarding (Programa de Integração de novos colaboradores); 73% contam com avaliação de desempenho por competências, entre outros tipos de estrutura. Ao todo, 487 empresas e uma média 2.969 colaboradores participaram da pesquisa. Ganha o trabalhador, ganha a empresa, e o mercado sabe bem disso.
De acordo com Rodolfo Quaresma, diretor da Embraps, empresa especializada em facilities que tem aproximadamente 1.700 funcionários e conta com um departamento específico para treinamentos, esse investimento contribui para a diminuição da rotatividade de colaboradores e, consequentemente, para redução de custos. “Com essa capacitação, que é feita anualmente com todos os funcionários de nosso quadro, também pode-se prevenir diversos problemas comportamentais e operacionais de desempenho com atuação prévia”, pontua o diretor.
O executivo comenta que em sala de treinamento, o conteúdo é mais teórico, com algumas práticas pontuais. Depois, no local de trabalho ou condomínio, o colaborador tem início à prática. “Somente depois dessas etapas que o funcionário assume sozinho o trabalho, mas, durante todo o processo, está acompanhado por seus líderes e sob avaliação de experiência”, explica.
A proposta do treinamento interno, conforme comenta Quaresma, é expandir as habilidades profissionais, mas também melhorar atitudes do colaborador para que evolua na execução de seu trabalho e tenha um crescimento pessoal. “O benefício que consideramos mais importante nos treinamentos é o crescimento e desenvolvimento pessoal dos colaboradores. Mesmo que o futuro da pessoa não seja na empresa, entendemos que estamos contribuindo em outras oportunidades também”, diz Quaresma.
Na Embraps, por exemplo, os colaboradores aprendem sobre liderança e controle emocional, e o coordenador de operações Nunes conta que essa atenção o ajudou muito a tomar decisões no âmbito profissional e pessoal.
“Hoje tenho 41 anos e metade da minha vida foi na empresa. Então considero que meu caráter e meus princípios foram formados aqui. Poder crescer aqui dentro e ver outros companheiros seguirem o mesmo passo é muito gratificante”, diz Nunes, que comenta ainda que esses treinamentos também o ajudaram em uma situação familiar difícil. “Descobrimos em casa que meu pai estava com câncer, o que é sempre um momento complicado. Mas, nesse período, graças ao suporte dado pela empresa e também aos treinamentos, consegui equilibrar minha vida pessoal juntamente com a profissional, sem perder o foco”, relata o coordenador.
Em treinamentos da Embraps, o diretor Rodolfo Quaresma ressalta que o diálogo e troca de experiências é fundamental. “Promovemos interatividade entre os participantes, troca de ideias, experiências vividas. Por vezes, o problema que alguém passa ou passou em um determinado local de trabalho já aconteceu em outro e teve solução satisfatória. Isso ajuda muito no clima organizacional, traz debates e melhorias saudáveis para todos”, afirma.
Augusto Nunes concorda e ressalta: “o mais importante é ter a oportunidade de encontrar outros companheiros e dividir experiências”. O colaborador prestou serviço para o mesmo condomínio comercial, o primeiro que entrou, durante 15 anos. Após esse período, recebeu a oportunidade de migrar para a função de supervisor operacional, cargo que exerceu por dois anos. Desde novembro de 2020, ele atua como coordenador operacional.