Francisco Ruga*

Quem conhece o mundo corporativo, já sabe: chegou aos 40 e “não virou gerente” é um sinal de alerta. E contra dados, não há argumentos. Uma pesquisa da EY Brasil, em parceria com a empresa de recrutamento Maturi, ouviu 191 empresas sobre a contratação de profissionais acima de 50 anos. Cerca de 80% afirmaram que existe um viés contrário a profissionais mais experientes.

Minha intenção ao dar esse contexto não é discutir políticas de Recursos Humanos — certamente as organizações estão diariamente debruçadas sobre isso. Mas o fato é que toda escolha traz uma consequência. Ao optar por rejuvenescer constantemente o seu quadro de funcionários, as empresas deixam pelo caminho não só todo o investimento que fizeram na capacitação desses profissionais mas, também, sabedoria e resiliência.

E quando acontece algo fora do comum?

Independentemente do tamanho ou tempo de atuação, toda empresa passa por dilemas. Podem ser questões relativas a investimento, crescimento, novas soluções, cadeia de fornecimento ou até mesmo impactos de pessoas. Cedo ou tarde esses impasses irão surgir.

Muitas vezes, diante da urgência da situação, não há tempo para aprender a lidar com ela. É aí que a experiência faz a grande diferença.

Profissionais que já passaram por tormentas têm mais habilidade para entender uma carta de navegação e possuem ferramentas essenciais para o enfrentamento de crises: habilidade de comunicação e negociação, visão estratégica e networking.

Trazer uma consultoria é a saída habitual das companhias para identificar ataques e estruturar defesas, mas eu propago e atuo dentro de um modelo diferenciado: a contratação temporária de executivos seniores para apoiar diretamente a gestão e “cortar o caminho” até a solução dos problemas — muitos deles já bem conhecidos desses profissionais experientes.

Após mais de 30 anos de mercado, eu e mais três sócios criamos um modelo de negócios alternativo às habituais consultorias. Somos um hub de negócios que conecta profissionais muito experientes, alguns deles C-Level, a empresas de médio e grande portes que demandam apoio pontual para um projeto, crise ou tempo específicos.

A forma de contratação é outro diferencial, um formato que pode ser um diamante nas mãos de áreas de Recursos Humanos que atuam de forma estratégica: o cliente compra “períodos” do profissional (duas ou três vezes por semana, ou até horas de mentoria).

Quando dados apontam que a maioria das empresas têm dificuldade de encontrar profissionais qualificados e que esse cenário se aprofundou após a pandemia, é necessário se voltar para um acervo de conhecimento que está à disposição das empresas — é só buscar (e pensar) de uma maneira disruptiva.

Não quero um novo crachá. Minha colaboração para o dia a dia corporativo está dada. Mas quero seguir contribuindo com a gestão de empresas, solução de problemas e mentoria de jovens lideranças. Esse é o legado que quero compartilhar.

(*) Francisco Ruga é sócio da DMS Partners. Atuou por mais de 30 anos em operações e projetos nos segmentos químicos e petroquímicos, dentro e fora do Brasil. Tem sólida vivência nacional e internacional em operações e projetos industriais, com atuação em aumentos de capacidade, inovação tecnológica, melhorias de produtividade, integração de equipes, satisfação de clientes e relações com comunidades.

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