Com o apoio de cursos de formação profissional jovens tem desenvolvido competências comportamentais que o mercado espera e são fatores decisivos na contratação
Segundo o relatório Education at a Glance, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil está entre os cinco países com menor percentual de matriculados na educação profissional, considerando 45 nações analisadas. A taxa de alunos brasileiros nessa modalidade é 11%, bem abaixo da média dos países da OCDE (44%).
Apesar do baixo incentivo a cursos de formação profissional para jovens, o mercado de trabalho tem cada vez mais exigido para além da qualificação técnica, habilidades comportamentais dos seus futuros colaboradores. De acordo com o InfoJobs, 77,2% dos recrutadores já consideram as hard skills e soft skills igualmente determinantes em processos seletivos.
O IOS (Instituto da Oportunidade Social) atua há mais de 25 anos na formação de jovens para o mercado de trabalho, por meio de cursos gratuitos que além dos conhecimentos técnicos também oferece em sua grade curricular práticas comportamentais de vivência corporativa, que ensinam o aluno elaborar e-mails, apresentações, participar de reuniões, ter visão do negócio, proporcionando uma assim, uma base de conhecimento sólida, aplicáveis às dinâmicas do dia a dia. “O curso do IOS é feito com base nas principais demandas das empresas e promove, além dos conhecimentos técnicos aplicados as práticas do mercado de trabalho, também o desenvolvimento comportamental do jovem. As soft skills, especialmente para os jovens em primeiro emprego são um fator de destaque. Cada vez mais empresas estão buscando essas habilidades de seus profissionais”, aponta com Kelly Lopes, superintendente do Instituto da Oportunidade Social (IOS).
Para Alessandra Peixoto, diretora do Instituto Localiza, parceiro do IOS em projetos para capacitar jovens, promover uma formação que vai além do desenvolvimento de competências técnicas contribui para colocar no mercado, profissionais melhor preparados para lidar com os desafios no ambiente corporativo. Segundo ela, as competências comportamentais dos jovens do IOS foram um diferencial que levou a Localiza&Co a contratar talentos vindos da ONG. “Na companhia, identificamos que não bastava contar com competência técnica para manter o jovem na empresa, pois se ele tiver dificuldade na parte comportamental acabará desistindo. “Apoiamos os projetos do IOS justamente porque ele constrói uma trilha de aprendizado para fomentar o crescimento dos alunos. A ONG oferece uma formação integral, proporcionando ao jovem a vivência corporativa”, observa.
Para Emily dos Santos Custódio, 19 anos, que fez o curso de Fluência Digital no IOS, as habilidades de soft skills foram fundamentais para entender as dinâmicas do mundo corporativo. “Eu tenho muita facilidade para me comunicar, mas no IOS consegui entender como me colocar melhor no ambiente corporativo”, comenta a jovem.
Segundo Emily, as atividades trabalhadas durante o curso auxiliam no preparo para os desafios do dia a dia. “Durante o curso há dinâmicas que nos capacitam a participar desde uma reunião ou até apresentar um projeto. Tudo isso nos ajuda a nos manter no mercado de trabalho”, aponta a jovem que atualmente é jovem aprendiz na Localiza.
A Arizona é outra empresa parceira do IOS na empregabilidade de jovens, desde 2021. Para Aline Campos, coordenadora de Gente, Gestão e Diversidade da Arizona, os jovens vindos da formação do IOS, são preparados principalmente nas habilidades comportamentais. “Como trabalhamos em formato híbrido, havia uma preocupação maior com as soft skills, se os jovens estariam adaptados a esse modelo. E nós fomos surpreendidos positivamente. Além disso, a equipe do IOS oferece muito apoio ao empregador, o que torna o processo colaborativo e que auxilia na carreira do jovem”, comenta Aline Campos.
Esse é o caso da Fabíola Rodrigues Pereira, 23 anos. A jovem fez a formação teórica na Aprendizagem do IOS, em 2021. Ela já ingressou na ONG empregada como jovem aprendiz, na Arizona e fez o curso da aprendizagem durante um ano na ONG.
Segundo Fabiola, o “IOS é uma escola profissional”, a jovem que já havia passado por trabalhos informais, aponta a importância das soft skills para o seu dia a dia. “Eu passei por oportunidades de trabalho, mas nunca no universo corporativo. O IOS te prepara para essa vivência. No curso, sempre eram trabalhados cases ou situações problemas, pensando nas nossas dinâmicas de trabalho. Assim, nós conseguíamos trazer para realidade o que aprendíamos e a desenvolver a criatividade diante dos desafios “, comenta a jovem.
Todos esses aprendizados foram essenciais para Fabiola após 1 ano e 4 meses ser efetivada na Arizona. Atualmente a jovem trabalha como auxiliar administrativo na empresa. “As empresas buscam cada vez mais jovens qualificados, e as ONGs têm profissionais com a expertise que elas precisam. Mas, é preciso que as empresas abram as portas para esses jovens que além das habilidades comportamentais e técnicas agregam inovação e diversidade a suas equipes”, destaca a superintendente do IOS.