CEO da Talento Incluir traz iniciativas para colaborar com a inclusão de mães com deficiência
No mês em que se celebra o Dia das Mães, é preciso ampliar a conversa sobre maternidade no ambiente corporativo, incluindo as mulheres que vivem a maternidade sob múltiplas camadas de desafios, as mães com deficiência. De acordo com Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir — consultoria pioneira com a missão de trazer dignidade para pessoas com deficiência por meio da empregabilidade — quando a maternidade se cruza com a deficiência, surgem barreiras mais complexas e menos visíveis.
O mercado de trabalho já é um ambiente hostil para as mães de forma geral. Uma pesquisa da FGV EPGE apontou que 48% das mães deixam o mercado de trabalho até 12 meses após o retorno da licença-maternidade. Segundo a PnaD, do IBGE, 40,69% das mães com três filhos ou mais estão fora da força de trabalho por conta de responsabilidades familiares e domésticas
Carolina reforça que ambientes corporativos diversos e acolhedores geram mais engajamento, retenção e produtividade. “A nova NR-1, trará a necessidade de ações preventivas para riscos psicossociais, o que inclui cuidar da saúde mental das colaboradoras”.
Além da falta de representatividade, mães com deficiência ainda enfrentam a sobrecarga dos afazeres domésticos, a ausência de redes de apoio, o despreparo das lideranças e, muitas vezes, o esgotamento emocional. As empresas podem e devem gerar um ambiente de trabalho acolhedor para mães — sobretudo aquelas com deficiência. Para apoiá-las, a CEO da Talento Incluir aponta iniciativas que as empresas podem realizar:
• Treinamento e conscientização: capacitar lideranças e equipes sobre os desafios enfrentados por mães com deficiência, desde questões de acessibilidade até as interseções entre deficiência, maternidade e carreira;
• Flexibilidade real: implementar horários flexíveis, trabalho remoto e modelos híbridos, que permitam o equilíbrio entre demandas profissionais e familiares;
• Acessibilidade plena: adaptar os ambientes de trabalho para garantir acessibilidade física, tecnológica e comunicacional. Recursos como tecnologia assistiva podem fazer toda a diferença;
• Redes de apoio e mentoria: criar programas internos de mentoria e rodas de conversa entre mães com deficiência pode fortalecer o senso de pertencimento e o clima organizacional;
• Cultura inclusiva e anticapacitista: promover uma cultura de respeito, combate ao preconceito e valorização da maternidade em suas múltiplas formas;
• Expressões capacitistas: devem ser eliminadas do vocabulário. Expressões como: “Agora que é mãe, vai faltar com frequência”, “Agora que é mãe não vai querer trabalhar tanto”; “Mas se ela é uma mãe com deficiência, quem vai cuidar dela?”. Expressões como estas só rotulam e reforçam o capacitismo. Como toda mãe, a maternidade traz novas habilidades em liderança, comunicação, gestão de crises entre outras.
“Essas mães são percebidas apenas pela deficiência e nem sempre como mães. Além de injusto, esse julgamento exclui e é um desperdício de talento para as empresas. Mudar a cultura organizacional para valorizar todas as formas de maternidade é uma questão de inclusão, sustentabilidade e vantagem competitiva. Não se trata de caridade — é inteligência de negócio, compromisso social e construção de um futuro mais justo”, conclui Carolina.
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