Líderes corporativos enfrentam o desafio de equilibrar a eficiência proporcionada pela inteligência artificial (IA) com a necessidade crescente de promover relações mais humanizadas, tanto com suas equipes quanto com seus pares. Para Roberta Rosenburg, CEO da F.Lead Consultoria, esse equilíbrio será o diferencial da liderança C-Level em 2025, destacando-se aqueles que conseguirem unir tecnologia e empatia de forma harmoniosa. “Estamos na era dos extremos. Por um lado, a IA permite avanços significativos em eficiência operacional; por outro, nunca foi tão importante liderar com propósito, empatia e visão humana. O líder do futuro precisa ser um estrategista híbrido, que combine inteligência artificial com inteligência emocional”, afirma Roberta Rosenburg. E continua: “Isso não significa que o líder do futuro precisa saber tudo, nem dominar cada nova tecnologia que surge. O diferencial está em ter a capacidade de aprender continuamente, cercar-se de pessoas com conhecimentos complementares e, sobretudo, não se deixar paralisar pelo medo de estar desatualizado. O líder não deve sofrer com o FOMO (Fear of Missing Out) em relação à tecnologia. O mais importante é ter clareza de propósito e saber como a tecnologia pode servir à estratégia da equipe e da organização”, complementa.
Para a especialista, a inteligência artificial está reconfigurando processos, mas não substitui a importância da liderança humana na interpretação de contextos e na tomada de decisões estratégicas. Segundo Roberta, líderes devem utilizar a IA como uma ferramenta que potencialize o impacto humano, sem perder de vista os valores organizacionais.
Chris Perry, em seu último livro, “Perspective Agents”, apresenta o conceito de líderes como “agentes de perspectiva”, capazes de olhar além da superfície dos dados e interpretar contextos com sensibilidade. Para ele, a inteligência emocional se torna fundamental para transformar os dados fornecidos pela IA em ações humanas significativas; não é substituta para a liderança, mas sim uma aliada que amplia nosso alcance. O diferencial estará na capacidade do líder de interpretar dados com sensibilidade e agir com base em um propósito claro e alinhado à cultura da empresa.
Ann Handley, que assina a newsletter Total Annarchy (#178) apontou recentemente algumas tendências de “In e Out” para 2025, destacando a valorização da autenticidade e da conexão humana no marketing e na criação de conteúdo.
Embora a automação tenha otimizado tarefas, o impacto humano nas organizações continua insubstituível. A CEO da F.Lead destaca que conexões genuínas e relações de confiança serão essenciais para engajar equipes e superar desafios em 2025. Tanto no conceito de Perry como de Handley, as máquinas oferecem eficiência, mas é o fator humano que dá significado e propósito a essas inovações. “Quanto mais tecnologia incorporamos, mais precisamos nos conectar com as pessoas. É o líder quem garante que a tecnologia sirva à equipe, e não o contrário. Criar um ambiente onde a empatia e o diálogo sejam prioritários é a chave para o sucesso em um mundo automatizado”, ressalta Roberta.
O líder do futuro será híbrido, unindo especializações técnicas e competências emocionais. Além de saber usar a tecnologia de forma ética e eficiente, será necessário cultivar confiança e transparência nas relações com colaboradores e stakeholders. Esse equilíbrio é parte do que Perry descreve como a necessidade de líderes se tornarem agentes de perspectiva, fluindo entre diferentes papéis e utilizando a IA para amplificar suas próprias capacidades de liderar com propósito. “Não é apenas ser um técnico ou gestor, mas alguém que transite entre ambos os papéis com fluidez. Ele deve usar a tecnologia para liberar tempo e energia para aquilo que só os humanos podem fazer: criar, inspirar e liderar com propósito”, conclui a CEO da F.Lead.