*Caroline Alves

A prevenção de acidentes de trabalho é uma questão essencial para a saúde e segurança dos trabalhadores, além de ser fundamental para a eficiência e sustentabilidade das empresas. Entre 2012 e 2022, foram registradas mais de 612,9 mil notificações de acidentes de trabalho, conforme dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho.
Promover um ambiente seguro exige a conscientização de colaboradores e gestores, investimento em equipamentos e treinamentos, bem como a adesão às normas regulamentadoras de segurança ocupacional. Por outro lado, em caso de acidentes, é fundamental que os trabalhadores estejam informados sobre seus direitos, benefícios e as etapas necessárias para proteger sua saúde e garantir apoio durante a recuperação.

Para ilustrar a importância da prevenção e da informação, podemos analisar o caso do Sr. João, um operador de máquina que sofreu um sério acidente. Em determinado dia, ao realizar a manutenção de uma máquina localizada no subsolo da empresa, Seu João se desequilibrou ao descer a escada, o que resultou em uma queda grave. Ele sofreu lesões na cabeça e na coluna, que culminaram na perda dos movimentos do tronco. O ocorrido exemplifica que, independentemente das funções exercidas, todos estão sujeitos a acidentes em locais de trabalho, e reforça a importância da segurança em cada detalhe do ambiente.

Após o acidente, Sr. João descobriu que a empresa possuía um seguro que proporcionava uma indenização. No entanto, ele não tinha conhecimento prévio dessa cobertura. Graças à consultoria e expertise de uma assessoria especializada, todos os trâmites burocráticos foram resolvidos, garantindo que Seu João pudesse receber um valor indenizatório que contribuiu para seu tratamento e outras necessidades. Além disso, esse caso também enfatiza a importância de os trabalhadores estarem informados sobre os benefícios disponíveis e de as empresas oferecerem suporte adequado.

A prevenção é o ponto principal para reduzir os riscos de acidentes e garantir um ambiente seguro para todos. Aqui estão algumas orientações práticas para empregadores e trabalhadores:

• Conscientização sobre a segurança no trabalho: Criar uma cultura de prevenção é essencial. Campanhas, palestras e diálogos diários ajudam a reforçar práticas seguras e a importância da segurança.
• Fornecimento e uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): Os EPIs, como capacetes, luvas, óculos de proteção e calçados apropriados, são mais do que necessários para proteger os trabalhadores contra riscos específicos de suas funções.
• Treinamento e fiscalização: Treinar os trabalhadores sobre o uso correto dos EPIs e fiscalizar sua aplicação é fundamental. Além disso, os treinamentos devem ser periódicos para acompanhar mudanças e avaliação de novos riscos.
• Manutenção de equipamentos e infraestrutura: Garantir que máquinas, ferramentas e instalações estejam em perfeito estado de conservação evita falhas e acidentes inesperados.
• Ambiente de trabalho organizado: Um local limpo, com sinalização adequada e áreas de circulação desobstruídas, é menos propenso a acidentes.
• Avaliação de riscos: Realizar inspeções regulares para identificar e mitigar riscos é primordial para antecipar problemas e reduzir perigos.
• Canais de comunicação abertos: Os trabalhadores devem ser incentivados a relatar condições inseguras, acidentes ou a sugerir melhorias para seus superiores.
• Gestão de estresse e carga de trabalho: Um ambiente de trabalho saudável contribui para a segurança, reduzindo a fadiga e o risco de erros.
• Investigação de acidentes: Analisar as causas dos acidentes permite identificar falhas e propor medidas preventivas para que situações semelhantes não se repitam.

A legislação determina que as empresas devem cumprir normas de segurança, orientar os trabalhadores e garantir que o ambiente de trabalho seja seguro. Contudo, os trabalhadores também têm responsabilidades, como observar normas e usar os EPIs corretamente. Inclusive, recusar-se a seguir as orientações pode ser considerado uma falta grave.

Ao sofrer um acidente, o trabalhador tem direitos assegurados pela legislação. Entre eles estão o auxílio-doença ou o auxílio-acidente, dependendo da gravidade e do tipo de lesão. Se a incapacidade for permanente, é possível que o trabalhador tenha direito à aposentadoria por invalidez. Além disso, há seguros que podem oferecer indenizações específicas. É importante que o colaborador notifique o acidente por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e busque o apoio do sindicato ou de profissionais especializados para ter a orientação correta sobre os procedimentos legais.

De modo claro e objetivo, investir em segurança é investir na vida e na produtividade. A conscientização, o respeito às normas e a responsabilidade compartilhada criam um ambiente de trabalho mais seguro e saudável. Para os trabalhadores, conhecer seus direitos é uma forma de proteger sua integridade e obter apoio quando necessário. Que histórias como a de Seu João sirvam de aprendizado e de motivação para a construção de locais de trabalho onde a segurança e o bem-estar sejam uma prioridade.

*Caroline Alves, gerente de Planejamento da DS Beline, empresa especializada em fornecer suporte a pessoas que sofreram acidentes e ficaram com sequelas, facilitando o acesso a indenizações e benefícios.

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