Especialistas de diferentes áreas discutiram a importância do treinamento e desenvolvimento no ambiente corporativo e as iniciativas que estão transformando a cultura organizacional em evento organizado pela Udemy Business
A educação corporativa tem se mostrado essencial para empresas que buscam não apenas a retenção de talentos, mas também a transformação cultural e a evolução contínua de seus colaboradores. Na última quinta-feira (17/10), a Udemy Business, braço corporativo de uma das principais plataformas de cursos on-line do mundo, reuniu diversos especialistas do setor que compartilharam suas experiências e estratégias para implementar programas de treinamento eficazes e adaptados às necessidades das organizações.
Claudia Zen, diretora da Universidade Corporativa da Leroy Merlin, destacou a alta rotatividade no varejo como um desafio significativo. “A rotatividade no varejo é alta e isso dificulta a retenção de talentos. O RH da Leroy Merlin tem utilizado dados qualitativos para justificar o investimento em treinamento e formação”, explicou. A política de aproveitamento interno da varejista de materiais de construção e bricolagem, composta por 30% de recrutamento interno de outras lojas, 30% de promoção interna e 40% de busca no mercado, facilita a assimilação da cultura corporativa e reduz o tempo necessário para a adaptação dos novos colaboradores.
Claudia ainda enfatizou a importância das métricas de educação corporativa que focam no engajamento e em casos reais de transformação. “Não somos uma área de números, somos uma área de transformação”, reforça. “Isso demonstra a visão estratégica da Leroy Merlin em promover o desenvolvimento integral dos seus colaboradores, indo além das métricas tradicionais”, completou.
Osvaldo Luiz Silva, gerente de Educação Corporativa do Bradesco, trouxe à tona a relevância da tecnologia como impulsionadora do negócio. “Uma das frentes de negócio do banco é a tecnologia, com ênfase em computação em nuvem”, comentou.
O Bradesco implementou uma estratégia robusta de certificação para o time de TI, com quase 100% dos programas certificados. “Mais de 90% dos profissionais declararam-se satisfeitos com a nossa plataforma de aprendizagem”, completou.
No entanto, Silva ressaltou o desafio de ressignificar a cultura de aprendizagem no banco. “A cultura de aprendizagem é arraigada no Bradesco devido à Fundação Bradesco, focada em educação. Estamos em um momento de evolução cultural e precisamos ajudar as pessoas a organizarem sua rotina ao processo de formação e capacitação”, disse. “O protagonismo individual dos colaboradores é uma das metas principais do banco”, pontuou.
Rafael Alexandre, diretor de RH na Dock, empresa de meios de pagamento, mencionou a importância de incorporar a aprendizagem ao negócio, especialmente em uma empresa de tecnologia. “A área de T&D tem três anos e hoje trabalha a prontidão do colaborador para atender às demandas de treinamento”, relatou. Ele destacou que criar uma cultura de aprendizagem é fundamental e que o apoio da alta direção da empresa é essencial.
Alexandre também mencionou o desafio de lidar com a ansiedade dos colaboradores em aprender e como isso impacta seu desempenho. “Nossa fase atual não é de estimular o engajamento, mas de desenhar programas de acordo com a necessidade de cada colaborador”, explicou. “Esse enfoque personalizado permite que a Dock atenda melhor às necessidades individuais e coletivas de seus colaboradores”.
Ewerton Fulini, vice-presidente do Instituto Ayrton Senna, falou sobre a Educação 5.0, que compreende o desenvolvimento integral de habilidades cognitivas, socioemocionais e híbridas. “Competências socioemocionais, como autogestão, engajamento com os outros, amabilidade, abertura ao novo e resiliência emocional são fundamentais”, afirmou. “Essas habilidades são cada vez mais valorizadas no ambiente corporativo e contribuem para o desenvolvimento holístico dos profissionais”, completou.
Foco no mercado corporativo
Bruno Barreto, vice-presidente para a América Latina da Udemy, destacou a importância de estar próximo dos clientes para compreender suas necessidades e adaptar as estratégias da empresa. “Parte do meu trabalho é estar na região, coletar feedback dos clientes e apoiar suas necessidades. Recentemente, anunciamos a instalação de um novo escritório na Cidade do México para estarmos mais próximos e apoiar esse mercado”, relatou.
Segundo Barreto, a Udemy Business se diferencia ao oferecer uma curadoria de mais de 25 mil cursos, cobrindo diversas áreas como tecnologia, soft skills, liderança e idiomas. “Essa plataforma permite que as empresas controlem e meçam os resultados a partir do aprendizado dos colaboradores”, descreveu.
Estudos recentes da Udemy Business mostram que habilidades como produtividade pessoal, comunicação e liderança são as mais procuradas pelos profissionais.
Barreto também mencionou a flexibilidade do modelo de marketplace da Udemy, que permite que instrutores de diversas áreas criem conteúdo e sejam avaliados pelos usuários. “Nosso modelo é muito interessante porque ele começa no marketplace, onde qualquer instrutor pode criar um curso. Se o curso é bem avaliado, ele se torna elegível para a nossa plataforma corporativa”, explicou. “Isso democratiza o acesso ao conteúdo e garante que os cursos mais relevantes e bem avaliados estejam disponíveis para o mercado corporativo”.
Rafael Spinelli, diretor comercial para a América Latina da Udemy, também compartilhou seu entusiasmo sobre as inovações na plataforma. “As inovações que estamos liberando para o mercado vão ajudar as áreas de RH e de aprendizagem dentro das organizações a serem mais ágeis em responder às áreas de negócio, com conteúdos muito personalizados e específicos para desenvolver habilidades importantes”, comentou.
Ele destacou a utilização da inteligência artificial generativa para oferecer funcionalidades avançadas. “Estamos lançando hoje no Brasil ferramentas que vão ser muito importantes para as empresas serem mais ágeis”, adicionou.
Spinelli explicou que a Udemy tem uma atuação abrangente em diversas indústrias, especialmente aquelas que estão passando por processos de transformação digital e de negócios.
O executivo ainda comentou sobre a transferência de empregos com a chegada da inteligência artificial generativa. “Estamos vivendo um momento de disrupção tecnológica muito forte. Vai haver muita transferência de emprego. Não digo eliminação, mas transferência, porque a tecnologia historicamente elimina, mas também cria empregos”, reflete.
Ele também mencionou que as habilidades necessárias para os futuros empregos são dinâmicas e as empresas precisam de modelos de aprendizado mais ágeis.
A plataforma de inteligência artificial da Udemy, segundo Spinelli, personaliza a experiência de aprendizado de acordo com as necessidades de cada aluno. “A aprendizagem vai ser muito personalizada. A pessoa conversa com nosso assistente virtual que faz perguntas sobre o trabalho e desafios, e com base nisso, recomendamos uma série de habilidades e cursos”, detalhou.
Ele ainda citou a parceria da Udemy com a McLaren para treinamento e desenvolvimento das habilidades necessárias para a execução do trabalho da equipe da montadora e escuderia da Fórmula 1.
Além disso, Spinelli antecipou uma nova colaboração com o Instituto Ayrton Senna, focada no desenvolvimento de habilidades em jovens e comunidades apoiadas pelo instituto.
O principal legado do FWD by Udemy Business revelou a importância de uma abordagem estratégica e integrada para a educação corporativa, destacando a necessidade de alinhamento entre treinamento, desenvolvimento e as exigências do mercado de trabalho atual. As empresas que investem em programas de formação contínua e no desenvolvimento de habilidades não só retêm talentos, mas também impulsionam a transformação cultural e o crescimento sustentável.