Dia Mundial da Saúde Mental traz à tona discussões sobre a felicidade na vida profissional

A máxima “ansiedade é o mal do século” já é conhecida em todo o mundo, e estudos indicam que as taxas de pessoas acometidas pela condição só aumentam. Na América Latina, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão, além de ser o segundo país com maiores números nas Américas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No ambiente de trabalho não é diferente: a pesquisa “People at Work 2023: A Global Workforce View”, do ADP Research Institute, mostrou que, no Brasil, 67% dos trabalhadores são influenciados negativamente no trabalho pelo estresse (acima da média global, que é de 65%), um dos fatores agravantes de ansiedade.

É por conta dessas estatísticas que datas como o Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado em 10 de outubro, são importantes para debater sobre o equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional visando a manutenção do bem-estar. E o debate já está nos escritórios corporativos: nos últimos anos, principalmente influenciadas pela pandemia de Covid-19, companhias intensificaram esse tópico entre suas equipes. Empresas como a multinacional química BASF, por exemplo, já pautam o assunto desde antes do período de isolamento.

Há cinco anos, quando a OMS ainda não havia decretado a pandemia global, a BASF implementou a sua Gerência de Bem-Estar, que fomenta políticas e ações para a saúde integral de todos os colaboradores. Essa gerência trabalha em conjunto com a área de saúde de forma holística onde estudam sobre Felicidade no Trabalho e pensam em estratégias de saúde e bem-estar em prol dos colaboradores, seus familiares e a companhia.

Os resultados desses esforços já são vistos na prática dentro da BASF. Em comparação com 2022, o ano de 2023 apresentou redução nos níveis de ansiedade (de 41% para 31% de casos crítico a moderados) e de depressão (de 49% para 44%), mapeados pela plataforma Wellz, que oferece atendimento personalizado. “Acreditamos que promover o tema contribui para que seja mais fácil e natural reconhecer os sinais de alerta, cuidar de nossa saúde e estender a mão aos colegas que convivem conosco. A saúde, segurança e bem-estar continuam sendo nossa prioridade”, afirma Camilla Bonelli, gerente regional de Bem-Estar na BASF para América do Sul.

Para fortalecer o cuidado integral com a saúde mental de seus colaboradores e familiares, a BASF oferece um catálogo completo de iniciativas. Além da infraestrutura com espaços de bem-estar e salas de lactação em todos os escritórios e fábricas da região, a empresa promove uma série de atividades, experiências e programas voltados ao bem-estar emocional. O projeto “Future of Work” é um exemplo dessa transformação, ressignificando o trabalho híbrido e promovendo a cultura dos “4 C’s” — conexão, cocriação, colaboração e celebração. “Também buscamos quebrar paradigmas e conscientizar sobre temas sensíveis, como primeiros socorros psicológicos, segurança emocional e prevenção ao suicídio, por meio de iniciativas como o Guia BASF de Saúde Emocional”, ressalta a gerente.

Saúde mental pauta mercado de trabalho

Recente levantamento da consultoria Deloitte mostrou que a saúde mental está pautando os processos seletivos entre os candidatos às vagas. Na escolha das companhias para trabalhar, a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) leva em conta, principalmente, oportunidades de aprendizado e desenvolvimento, além do equilíbrio entre vida pessoal e trabalho. O levantamento também mediu o que faz os jovens deixaram o emprego: os brasileiros da GenZ apontaram a sensação de esgotamento como um dos como principais fatores.

Por isso, o tema de Bem-Estar tem se tornado cada vez mais estratégica nas organizações. “Nos dias de hoje, é fundamental desenvolver formas de consolidar uma cultura que se preocupa com a saúde integral. As companhias que investem nisso saem na frente, inclusive na captação e retenção de talentos, e nós sentimos isso na prática durante nossos processos seletivos”, afirma Bruno Ferrante, gerente sênior de Gestão de Talentos e DE&I da BASF na América do Sul.

De acordo com o gerente, cada vez mais os candidatos trazem essas temáticas à tona nas entrevistas. “É cada vez mais comum recebermos perguntas sobre formato de trabalho híbrido. Por isso, buscamos fomentar um ambiente e uma cultura conectadas com essas expectativas, indo desde mudanças físicas em nossos escritórios até políticas de flexibilização, como a reorganização de horários e locais de trabalho”, comenta Ferrante.

A urgência em abordar a saúde mental no ambiente corporativo reflete uma mudança necessária na cultura empresarial. Empresas que implementam políticas efetivas de bem-estar não apenas melhoram a qualidade de vida de seus colaboradores, mas também estimulam um ambiente de trabalho mais produtivo e inovador.

Continental também adota ações para melhorar a saúde mental dos colaboradores

A criação de ambientes de trabalho que promovam a saúde emocional e mental dos colaboradores é uma prioridade crescente nas empresas. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, em 2023, o Brasil registrou 288.865 benefícios por incapacidade devido a transtornos mentais e comportamentais, representando um aumento alarmante de 38% em relação ao ano anterior. Esses números evidenciam a necessidade urgente de iniciativas corporativas que priorizem o suporte psicológico e a promoção de espaços saudáveis.

A Continental, líder em tecnologias e serviços inovadores de mobilidade, reconhece essa urgência e se dedica a promover um ambiente de trabalho inclusivo e acolhedor. “O bem-estar dos colaboradores é essencial para seu desempenho e desenvolvimento. Por isso, implementamos programas e iniciativas que visam apoiar a saúde mental e criar um espaço onde todos se sintam valorizados, possam ser eles mesmos e alcançar seu potencial máximo”, afirma Ana Claudia Ramos, vice-presidente de Relações Humanas Brasil e Argentina da Continental.

Iniciativas para promover o bem-estar

Ações que visem o bem-estar do colaborador precisam ser notadas na prática. Assim, a Continental tem com uma das principais iniciativas a Capacitação em Liderança Humanizada. Líderes recebem formação para criar ambientes psicologicamente seguros, permitindo que os colaboradores expressem seus sentimentos com tranquilidade.

A empresa tem um Código de Conduta que não tolera qualquer forma de preconceito ou discriminação, além de um canal de denúncias e caixas de ouvidoria em todas as plantas.

E tem mais. Em momentos em que o colaborador precisar se afastar seja para cuidar de um parente ou para investir em seu desenvolvimento, a Continental tem um programa de flexibilidade, que permite que colaboradores mantenham um equilíbrio entre vida pessoal e profissional, com opções como períodos sabáticos, para cuidar de entes queridos, realizar trabalho voluntário, ou para estudar em outro país.

Além disso, a empresa disponibiliza psicólogos que oferecem terapias individualizadas e rodas terapêuticas em grupo, visando o suporte emocional, além de Programa de Apoio Pessoal, que, desde 2022, oferece suporte 24 horas, incluindo feriados e finais de semana, com atendimento personalizado para colaboradores e seus familiares em primeiro grau. Mantém também o Programa Guardiões da Saúde, em que os colaboradores são treinados para ouvir e apoiar seus colegas.

Há ainda outras atividades que completam essa série de iniciativas, como incentivo a atividades físicas, ginástica laboral, lives e reuniões sobre saúde mental e o Family Day. Anualmente, a Continental celebra o Dia da Família, promovendo momentos de entretenimento e conexão entre colaboradores e seus familiares. “Essas iniciativas reafirmam o compromisso da Continental em criar um ambiente de trabalho saudável, valorizando o bem-estar emocional de seus colaboradores e contribuindo para uma cultura organizacional mais inclusiva e solidária”, complementa Ana Claudia.

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