É muito comum ver na rede social LinkedIn relatos de candidatos em busca de vagas de emprego que se candidatam para mais de 300 oportunidades, mas sequer são chamados para uma única entrevista. Por que isso acontece?
Na opinião do especialista em gestão de carreira e professor de Gestão de Pessoas da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Marcelo Treff, nessa questão, o grande ponto entre os candidatos e as vagas é que, muitas, vezes nem quem se candidata nem quem anuncia as oportunidades usa as plataformas de inteligência artificial da forma correta. “Muitos candidatos não definem claramente o objetivo profissional ao criar os seus perfis em plataformas, além de não descreverem sua experiência profissional alinhada à vaga pretendida. Desta forma, acabam não tendo êxito no match com o emprego dos sonhos, pois as plataformas de análise de currículo definem parâmetros para encontrar currículos atualizados e com informações próximas ao perfil desejado”, explica o especialista em carreiras.
Segundo Treff, as plataformas funcionam e estão sim alinhadas ao que se propõem. Ele afirma que os algoritmos são aperfeiçoados e a busca é ampliada, inclusive estabelecendo conexões com outras redes sociais dos candidatos. Ademais, os algoritmos requerem aperfeiçoamentos continuamente, sobretudo para minimizar os efeitos negativos dos vieses inconscientes.
Para o professor universitário, os processos seletivos por meio de plataformas só tendem a crescer. No entanto, é muito importante que as empresas mesclem, sempre que possível, as duas formas de seleção: online e presencial. “As plataformas tornaram o processo de busca de perfis mais ágil e com maior grau de acerto, e houve aumento significativo do uso de plataformas a partir da pandemia COVID-19”, acrescenta.
Como usar melhor as plataformas?
O especialista recomenda, para recrutadores, definir claramente o perfil da vaga, tornando-o atraente; utilizar palavras-chave no anúncio; e conhecer as estratégias das plataformas.
Já para os candidatos, é essencial manter o currículo digital/online atualizado; definir o objetivo profissional de forma clara e concisa; conhecer as estratégias certas das plataformas; alinhar interesses de acordo com o definido na vaga; cuidar das redes sociais, utilizar essas plataformas com bom senso e equilíbrio e evitar assumir posições polêmicas; além de investir em programas de qualificação ou requalificação, potencializando as experiências.