Pesquisa aponta que jogos devem ser adaptados para as necessidades de cada organização

Nos últimos anos, os treinamentos corporativos têm se reinventado para se tornarem mais dinâmicos e eficazes. No entanto, essa não é uma tarefa fácil, pois envolve uma série de desafios e complexidades que precisam ser superados para garantir o sucesso do processo de aprendizagem. Uma das tendências que está se destacando é a utilização de jogos, que tem se mostrado uma maneira eficaz de engajar os colaboradores, estimular a criatividade e promover a interação entre as equipes. De acordo com a pesquisa TalentLMS’s Gamification at Work, 83% dos profissionais que receberam treinamento gamificado se sentiram motivados, enquanto 61% dos que foram capacitados por meio dos métodos “convencionais” relataram sentimento de tédio e improdutividade.

O estudo revelou também que a gamificação faz os colaboradores se sentirem mais produtivos (89%) e mais felizes (88%) no trabalho. Especialista em Design de Aprendizagem, Fernanda Godoy, da Prando Godoy, empresa especializada em educação corporativa, destaca que essa é uma ferramenta que permite tratar de temas complexos ou sensíveis, além de promover engajamento com maior facilidade. “As pessoas tendem a se conectarem mais facilmente com atividades lúdicas e a identificarem pontos importantes de desenvolvimento, sem se colocarem em posição de exposição profissional, pois estão participando de algo que simula a realidade, mas que não é. Portanto, cometer um erro em um jogo serve de lição para aprender algo que deverá ser aplicado na vida real, o risco é menor”, explica.

Considerados ferramentas muito potentes na aprendizagem, os jogos conseguem acessar uma funcionalidade cerebral que permite aprender com ferramentas lúdicas. “O cérebro não diferencia fantasia e realidade, por isso, ferramentas lúdicas como jogos, filmes e dinâmicas podem simular situações da vida real e permitir que as pessoas vivenciem e analisem possibilidades de  desenvolvimento”, destaca a especialista.

Atuando no mercado de educação corporativa há mais de 25 anos, Fernanda ressalta que os jogos cooperativos são a melhor opção para os treinamentos. “Para ser interessante e provocar engajamento, ele deve ser desafiador. Sabemos que o mercado exige a competição em diferentes níveis, mas durante o treinamento corporativo o objetivo é que o maior número de pessoas aprendam o correto. Se for uma competição, podemos assumir que haverá um ganhador e vários perdedores, ou seja, um acertou e os demais  erraram ou não acertaram completamente as respostas, mas em jogos cooperativos, buscamos que todos acertem ,portanto, a geração de saberes e respostas corretas é maior”, explica.

Embaladas pela busca de maior engajamento dos funcionários, muitas empresas estão usando a gamificação em seus treinamentos. “A gamificação é algo muito mais presente em nossas vidas do que podemos imaginar. Na escola, quando o aluno tem que tirar determinadas notas para poder passar de ano, ele está em um processo gamificado, e é exatamente assim com os processos de avaliação de performance nas empresas, eles só são menos sofisticados”, comenta Fernanda.

Apesar da gamificação usar ferramentas lúdicas, que podem ser muito fantasiosas, a especialista ressalta que não é preciso infantilizá-las. De acordo com a especialista em design de aprendizagem, todos os temas podem ser abordados dessa maneira, mas é necessário compreender em quais treinamentos esse método é aconselhável. Segundo ela, os responsáveis pelas capacitações precisam fazer uma análise criteriosa de cenários para identificar quais os melhores recursos a serem escolhidos para cada situação.

Fernanda revela que independente do segmento, qualquer empresa pode se beneficiar de jogos e atividades lúdicas para seus treinamentos corporativos. “Não há nenhum tipo de limite de dimensão ou tema que não possa ser abordado com uma ferramenta lúdica, sendo ela um jogo ou outro tipo de elemento. A grande sacada aqui é saber definir os temas e objetivos a serem atingidos, mas para isso são necessários técnica, repertório e também o uso de Design Instrucional, para definir o jogo para cada situação”. Para ela, um único jogo pode apresentar várias funcionalidades, otimizando o processo de aprendizagem, assim é preciso analisar as necessidades de cada empresa.

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