Inteligência artificial (IA), inclusão de mulheres no mercado de trabalho e boas práticas de gestão em saúde foram abordados no evento, nesta quarta, em BH
Um dia de imersão, conhecimentos e networking. Essa foi a proposta da 7ª edição do Congresso Conexões Humanas, realizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seção Minas Gerais (ABRH-MG) na última quarta-feira, 15, no auditório da Unimed BH, na capital mineira.
Na abertura, o presidente da ABRH-MG, Leandro Pinho, deu as boas-vindas e fez a introdução do tema do primeiro painel “Inteligência artificial (IA) em Recursos Humanos”. “A gente ouve falar sobre a inteligência artificial e o quanto é importante se adaptar a ela. É preciso vê-la como recurso e não como concorrência a nós, seres humanos”, disse.
A diretora de Relacionamento com o Cooperado e Sustentabilidade da Unimed BH, Mercês Fróes, também frisou que as empresas precisam, cada vez mais, se adaptar às mudanças, e que os avanços tecnológicos, como Inteligência Artificial, têm potenciais de transformar, radicalmente, o mercado de trabalho. “Devemos utilizar a tecnologia como aliada para melhorar as condições de trabalho, promovendo saúde mental e emocional.”
Na sequência, o professor e palestrante, Edney Souza, autor do livro “Transformação Digital: Mentalidade, Cultura, Negócios e Liderança na Era Digital”, apresentou o painel: “Inteligência artificial na prática de RH”.
Um dos pontos abordados pelo palestrante foi a utilização do ChatGPT (sigla de Generative Pre-Trained Transformer), ferramenta de inteligência artificial (IA), na área de RH. De acordo com o especialista, essa tecnologia tem sido utilizada pelos profissionais do setor no processo de recrutamento, por meio de criação de descritivos de vagas e análise dos currículos. No entanto, segundo ele, é preciso ter criatividade e fazer uso correto dos comandos. “Pode pedir para o chatbot escrever como um analista de recrutamento experiente”.
Em seguida, foi a vez do painel: “Transformação Cultural com inclusão de mais mulheres”, mediado por Kátia Raphael (Fundação Dom Cabral) e ministrado pela gerente de RH da Samarco, Adriana Gomes, e Cláudia Silva (ArcelorMittal).
Com foco na valorização da diversidade e inclusão, a ArcelorMittal desenvolve programas, por meio de parcerias, para ampliar a representatividade das mulheres nos quadros da empresa. Para tanto, oferece cursos de qualificação profissional que são realizados em escolas técnicas nas regiões onde atua. Dessa forma, é feito um trabalho de incentivo às jovens de comunidades para que possam se candidatar às vagas, segundo Cláudia. “Temos trabalhado muito forte as vagas afirmativas”.
Outro diferencial na empresa é que a gravidez não é um impeditivo na hora da contratação. É o case, por exemplo, de Thaís, hoje operadora de empilhadeira. “Durante um processo seletivo, ela anunciou que estava grávida. Nós dissemos que a empresa estava de portas abertas. Hoje ela fala que a empresa abriu seus caminhos e mudou a perspectiva de vida dela. A ArcelorMittal deu todo apoio e assistência médica”.
Na Samarco, as mulheres também têm rompido barreiras e assumido funções que, historicamente, eram exercidas por homens. De acordo com Adriana, por meio do Programa de Diversidade, Equidade e Inclusão, houve a contratação de 30 operadoras de equipamentos para a Mina do Germano, em Mariana (MG). “Foi impressionante como essas mulheres responderam prontamente aos treinamentos técnicos. Todas tiveram excelente rendimento”, ressaltou.
O período da tarde no “Conexões Humanas” transportou o público por novos painéis e deu continuidade ao evento com debates sobre saúde corporativa e os dilemas da tecnologia no mercado de recursos humanos.
No painel “Boas Práticas de Gestão de Saúde no Trabalho”, mediado por Rúbia Spindola (Grupo Fleury), os palestrantes Júnia Marçal (Unimed BH) e Claudio José Albuquerque (MDS Group) abordaram uma visão mais integrada da saúde e defenderam a importância de pautas como segurança psicológica e diversidade. De acordo com o diretor e médico Claudio José, engajar “desde o líder até o estagiário” com boas práticas de saúde é o diferencial para uma empresa.
A segunda mesa da tarde reacendeu o debate sobre a temática ‘O uso AI e Analytics em RH’. Em uma conversa com o mediador Roberto Marinho (Sebrae), os palestrantes Robson Campos (TOTVS) e Sérgio Pataca (FIEMG) reforçaram o valor do letramento digital e do papel empático humano quando o assunto é cultura da inovação. “O papel da IA nunca é substituir nosso trabalho, apenas aprimorar”, afirmou Sérgio Pataca.
O dia foi encerrado com a palestra “Seja seu próprio padrão”, na qual a atriz Mariana Xavier, conhecida pelo sucesso nas telonas em ‘Minha mãe é uma peça’ (2013), contou sobre sua trajetória de falhas e acertos para traduzir sua essência. Convidou o público para uma reflexão e dividiu a luta contra a ansiedade no auge de sua fama. “Não dá para comparar nossos bastidores com os palcos alheios”, declarou a artista. Na sequência, o presidente da ABRH-MG, Leandro Pinho, convidou os presentes para o ‘Conect Café’, regado a pão de queijo e boas conexões humanas.