Levantamento feito pela Page Executive contempla participação de 2 mil executivos da alta liderança na América Latina
O baixo crescimento econômico impactou diretamente na folha salarial da alta liderança. De acordo com a Pesquisa de Remuneração para presidentes e diretores executivos da Page Executive, unidade de negócios do PageGroup especializada no recrutamento de executivos da alta liderança, a remuneração mensal fixa média desse grupo no Brasil ficou praticamente inalterada em 2023, com 66,5% de estabilidade salarial. As demais 33,5% das posições de c-Level registraram crescimento nos ganhos.
O estudo foi realizado de outubro de 2023 a fevereiro de 2024 e contou com a participação de 2 mil executivos da alta liderança que atuam em empresas de diversos setores de pequeno, médio e grande porte na América Latina. A remuneração desses profissionais é classificada por faixas, de acordo com o porte de faturamento da empresa onde atuam: até R$ 250 milhões, de R$ 250 milhões a R$ 500 milhões, de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão e acima de R$ 1 bilhão.
Para Paulo Dias, diretor da Page Executive, a pesquisa que a remuneração dos profissionais do c-level também foi impactada pela economia no Brasil. “Com o cenário instável e desafiador, observamos uma manutenção na remuneração mensal fixa desses executivos. Notamos que a faixa impactada pelo aumento salarial foi mais uma movimentação da empresa buscando ajuste de mercado ou por estratégia da companhia”, explica.
Confira abaixo como ficou a remuneração para cada cargo analisado na alta liderança:
CEO
Até R$ 246 milhões:
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De R$ 247 milhões a R$ 494 milhões
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De R$ 495 milhões a R$ 1 bilhão:
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Acima de R$ 1 bilhão:
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CFO
Até R$ 246 milhões:
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De R$ 247 milhões a R$ 494 milhões
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De R$ 495 milhões a R$ 1 bilhão:
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Acima de R$ 1 bilhão:
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“Responsáveis pelo planejamento e execução de assuntos econômicos e financeiros, os CFOs seguiram a média de remuneração em 2023, com aumento em grandes empresas que investiram em M&As e IPOs”, comenta o executivo.
CHRO
Até R$ 246 milhões:
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De R$ 247 milhões a R$ 494 milhões
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De R$ 495 milhões a R$ 1 bilhão:
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Acima de R$ 1 bilhão:
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“Líderes de recursos humanos mantiveram a média na remuneração, com adequações nos pisos salariais das maiores empresas”, afirma Paulo.
CTO
Até R$ 246 milhões:
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De R$ 247 milhões a R$ 494 milhões
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De R$ 495 milhões a R$ 1 bilhão:
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Acima de R$ 1 bilhão:
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“Com a readequação do mercado de tecnologia, muitas organizações diminuíram o fluxo de grandes investimentos e aumentos nas remunerações, mantendo a estabilidade do salário dos CTOs”, explica Dias.
CCO
Até R$ 246 milhões:
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De R$ 247 milhões a R$ 494 milhões
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De R$ 495 milhões a R$ 1 bilhão:
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Acima de R$ 1 bilhão:
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“Sofrendo com ajustes econômicos, a área comercial não registrou muitas movimentações salariais em 2023. Foram observados apenas leves crescimentos em empresas com maior faturamento e capacidade de investimentos”, diz o especialista.
COO
Até R$ 246 milhões:
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De R$ 247 milhões a R$ 494 milhões
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De R$ 495 milhões a R$ 1 bilhão:
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Acima de R$ 1 bilhão:
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“A remuneração média dos diretores de operações, no geral, manteve o índice dos últimos anos, com pequenos avanços nos pisos salariais das empresas de grande porte”, completa o executivo.
Inteligência artificial na rotina dos gestores
A inteligência artificial (IA) ingressou no cenário corporativo e os líderes têm o desafio de integrar essa tecnologia em suas organizações. A IA tem potencial para transformar a maneira como as empresas operam, mas sua implementação exige um amplo planejamento e uma liderança sólida para desenvolver as habilidades necessárias para gerar resultados positivos com novos processos tecnológicos.
De acordo com a pesquisa da Page Executive, as principais habilidades que os tomadores de decisão precisam para utilizar a IA são: agilidade, visão estratégica, comunicação e saber liderar a mudança. “Os executivos têm que trabalhar a resiliência para integrar a tecnologia, já que este processo é complexo e desafiador, com mudanças necessárias em extrema velocidade”, explica Paulo Dias.
Pacote de benefícios é um diferencial no engajamento dos colaboradores
Além da remuneração bruta, o pacote de benefícios é altamente valorizado por executivos da alta liderança. Segundo o levantamento, 80% dos líderes latino-americanos preferem trabalhar em horários flexíveis.
As empresas que oferecem benefícios atraentes têm uma vantagem competitiva na busca pelos melhores profissionais C-Level, contando com um diferencial parar criar e manter um senso de pertencimento e cultura empresarial.
De acordo com a pesquisa, mesmo que tenha havido uma mudança na percepção dos benefícios, os profissionais valorizam cada vez mais aspectos que promovem a saúde física e mental. Transporte seguro, possibilidade de desenvolver empresas subsidiárias, trabalho flexível, planos de saúde com seguro psicológicos, participação ativa em congressos e treinamentos não convencionais são os diferenciais para as novas gerações de líderes na América Latina.
ESG como parte do negócio
A importância das questões ambientais, sociais e de governança (ESG) alcançou níveis de alta prioridade para muitos gestores corporativos. De acordo com o levantamento, 68% dos profissionais reconhecem a relevância do ESG em suas decisões estratégias. Além de auxiliar os líderes, o tema tem grande influência no fortalecimento da conexão com a marca empregadora, 74% dos executivos latino-americanos destacam a importância das práticas sustentáveis na fidelização dos líderes às suas organizações.
Os Conselhos de Administração das empresas também aprovam em sua maioria (56%) a adoção de uma estratégia de sustentabilidade nas entidades. A pesquisa revela ainda que 29% das empresas da América Latina têm um comitê específico de sustentabilidade e 34% já possuem um comitê de governança corporativa.
O CSO (diretor de sustentabilidade) é uma das posições que mais ganharam espaço recentemente na América latina. O cargo se destaca como um elemento fundamental para impulsionar a sustentabilidade e a responsabilidade social da empresa em suas práticas comerciais. Esse líder implementa uma visão estratégica que integra aspectos sustentáveis em todos os processos da operação, desde a cadeia de suprimentos até as iniciativas comunitárias. O profissional atua como um agente de mudança, orientando a empresa para um futuro mais sustentável e ético. “De modo geral, o estudo nos mostra que a alta liderança precisa acompanhar as principais tendências do mercado e gerenciar suas operações sempre com olhar inovador e aberto para implementar práticas tecnológicas e de responsabilidade social e sustentável”, finaliza Paulo Dias.
Para ter acesso ao estudo completo, clique aqui.