A “Pesquisa de Remuneração e Práticas de Gestão de Pessoas 2023” revela que os benefícios mais concedidos pelo mercado são assistência-médico hospitalar (89%), auxílio refeição (89%) e seguro de vida (82%)

Quando se trata da atração e retenção de talentos, as organizações identificam as áreas de tecnologia da informação (45%), comercial (17%), engenharia (11%) e industrial (9%) como as mais desafiadoras. É o que revela a nova edição da “Pesquisa de Remuneração e Práticas de Gestão de Pessoas”, realizada há 30 anos pela Deloitte, organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo. Apesar de sua crescente visibilidade, a área de TI ainda se apresenta como um obstáculo para as organizações consultadas, sendo a mais mencionada quando o tema é a atração e retenção de profissionais. Os cargos mais desafiadores, segundo os respondentes, são exclusivamente compostos por cargos de tecnologia: Especialista em T.I (20%), Analista de TI (14%) e Gerente de TI (9%).

Davi Ernani, diretor da área de Consultoria Empresarial da Deloitte, afirma que a pesquisa identificou fatores, como por exemplo, quais áreas apresentam mais obstáculos no mercado, para que, a partir disso, as organizações possam pensar em formas de superá-los. “Além disso, o estudo revelou quais setores estão empenhados em introduzir mais flexibilidade em suas empresas, por meio de suas ofertas de benefícios e programas de bonificação. Esse panorama detalhado visa auxiliar na orientação dos líderes empresariais e de recursos humanos, servindo como uma ferramenta essencial para a construção e manutenção do sistema de remuneração estratégica das organizações atuantes no Brasil”, destaca.

A pesquisa analisou 19 benefícios ofertados pelas organizações; entre eles, os mais concedidos pelo mercado são assistência-médico hospitalar (89%), auxílio refeição (89%), seguro de vida (82%), auxílio alimentação (71%) e Assistência odontológica (63%). Os entrevistados indicaram quais benefícios estão em estudo para implementação de melhorias: assistência médico-hospitalar, auxílio refeição, auxílio odontológico, auxílio alimentação e seguro de vida. Além disso, essa edição aponta que o segmento de Indústria da Transformação se destacou por ser o que mais concedeu benefícios em 2023. Por outro lado, o segmento de Saúde aparece como o que menos concedeu benefícios.

O estudo revela também que, em 2021, 46% das empresas pesquisadas informaram conceder o benefício de Trabalho Flexível — com adoção de horário flexível, trabalho híbrido ou modelo home office. No entanto, em 2023, esse percentual caiu para 31%. Os segmentos de energia e recursos naturais, serviços, tecnologia e telecomunicações são os que mais concedem trabalho flexível. Já os segmentos de saúde, atacado e varejo são aqueles com menor percentual de empresas que oferecem o benefício de trabalho flexível. Outro benefício que apresentou um aumento em 2023 foi o de Apoio Emocional, concedido por 45% das empresas. Em 2021, 42% das empresas consultadas relataram oferecer esse benefício.

Em relação à qualidade de vida, as práticas mais adotadas pelas empresas são: banco de horas (82%), vestimentas casuais (46%), home office (40%), flexibilidade de horário (38%) e folga no aniversário (32%).

De acordo com o relatório, houve um aumento na tendência de crescimento da participação das mulheres em cargos executivos. Em 2021, a média da presença feminina em cargos de diretoria e gerência era de 15% e 28%, respectivamente, enquanto em 2023 esses indicadores oscilaram para 24% e 31%. Isso reforça a mensagem de que, nos últimos anos, os movimentos em favor da diversidade têm ampliado e gerado bons resultados, ainda que estejam muito distantes do esperado.

Ao comparar os resultados da edição de 2023 com a edição de 2021 do estudo, nota-se uma redução tanto nas metas estabelecidas quanto nos valores efetivamente pagos para os níveis de presidente, diretores e gerentes. Em contrapartida, observou-se o movimento oposto para os níveis de coordenadores, profissionais e demais categorias.

O estudo indica ainda que as áreas que experimentaram uma valorização salarial no mercado em geral são: saúde (16%), Marketing (7%) e Tecnologia da Informação (7%). As áreas de telecomunicações (-21%), construção (-13%) e executivos (-6%) apresentaram uma diminuição na valorização salarial. Os percentuais mencionados são líquidos, considerando o desconto da inflação no período de novembro de 2021 a novembro de 2023. “Mesmo com o fim da pandemia e as mudanças nas dinâmicas de mercado, alguns setores mantiveram benefícios e práticas voltados para a qualidade de vida, igualdade de gênero, flexibilidade de horário e apoio emocional. Essas ofertas reforçam a sua importância não somente para os colaboradores, mas para os negócios. Dessa forma, as empresas podem atrair talentos de diversas geografias e oferecer oportunidades iguais para profissionais em diferentes localidades, e por fim, se estabelecerem no mercado como organizações modernas e comprometidas com o bem-estar e a diversidade”, aponta Davi.

Pesquisa Nacional de Remuneração e Práticas de Gestão de Pessoas

A Pesquisa de Remuneração e Práticas de Gestão de Pessoas 2023, realizada há 30 anos pela Deloitte contou com a participação de 93 empresas distribuídas pelas cinco regiões do Brasil. A maioria (58%) das organizações pesquisadas é de grande porte; 22% são de médio porte e 20% de pequeno porte. As empresas têm atuação nos segmentos de serviços, tecnologia e telecomunicações (32%), saúde (16%), energia e recursos naturais (16%), bens de consumo (13%), indústria da transformação (13%) e atacado e varejo (10%). O estudo, que pesquisou 532 cargos, é uma ferramenta de gestão de pessoas fundamental para a construção e manutenção do sistema de remuneração estratégica das organizações que atuam no Brasil. Para saber mais, acesse: Link

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